Ensaio opcional 18/02/20
A classificação dos seres vivos em grupos vem sendo feita a milhares de anos, com registros de gregos como Aristóteles (384 - 322 a.C) se dispondo a tal tarefa. Nos últimos séculos, a filogenia passou a ganhar complexidade na medida em que mais informações foram coletadas e analisadas sob a perspectiva evolutiva. Entretanto, por bastante tempo as informações coletadas se limitavam basicamente à caracteres morfológicos sujeitos à interpretação do pesquisador, o que podia enviesar a análise e a construção das relações de parentescos. Nas últimas décadas, a biologia molecular passou a fornecer dados objetivos que se baseiam nas sequências de DNA dos organismos, o que permite a criação de relações evolutivas mais robustas.
Ensaio 03/03/20
As árvores filogenéticas são usadas para demonstrar a origem comum de diferentes fatos relacionados. Filogenias diferentes podem ter fatos que variam em sua natureza, podendo representar, por exemplo, espécies. As relações entre as espécies podem ser inferidas pela análise de dados delas extraídos como, por exemplo, sequências de DNA. Existem diferentes critérios e ferramentas matemáticas para analisar os dados. De forma simplificada, todas as análises têm como objetivo agrupar os fatos que possuem maior semelhança entre si. Devido à grande quantidade de dados a serem comparados, algumas análises exigem maior poder computacional, o que toma tempo. Outras análises são mais rápidas, mas fornecem resultados menos robustos. Sendo assim, fica a critério do pesquisador priorizar a rapidez da análise ou a robustez do resultado.
Comentário de Ana Ghion: Frases do parágrafo não se referem diretamente à frase título. Uso de voz passiva dificulta um pouco a fluidez do texto.
Ensaio 11/03/20
Seres vivos formados por diversas células com o mesmo material genético são denominados multicelulares. Os exemplos mais conhecidos são os animais e as plantas. Outros grupos, como Foraminíferos e Myxomicetes, também compartilham essa característica. Todos os citados desenvolveram a multicelularidade de forma independente. Além das diferenças moleculares entre os diversos tipos de multicelularidade, existem divergências observáveis ao microscópio. Animais e plantas possuem diversas células separadas por membrana plasmática. Foraminíferos e Myxomicetes não possuem membranas separando seus núcleos. Essa ausência de divisão é denominada sincício. Sendo assim, existem diversas formas de celularidade que surgiram em momentos diferentes durante a evolução.
Ensaio 17/03/20
Single-cell protein (SCP) é o nome dado à alimentos constituídos por organismos unicelulares. Esses organismos podem ser fonte de proteínas ou outros tipos de macromoléculas essenciais para a manutenção da vida, como lipídeos. Os seres que compõe as SCP são bactérias, algas, fungos ou leveduras. Os diferentes organismos resultam em SCP com diferentes características nutricionais. O alto e versátil valor nutricional torna as SCP uma futura alternativa alimentar para os seres humanos (1).
(1)Ritala A, Häkkinen ST, Toivari M, Wiebe MG. Single Cell Protein-State-of-the-Art, Industrial Landscape and Patents 2001-2016. Front Microbiol. 2017
Ensaio 01/04/20
A teoria da endossimbiose foi proposta em 1966 por Lynn Margulis. A concepção inicial era a de que as mitocôndrias, cloroplastos e estruturas 9+2 eram descendentes diretos de procariotos. Tais procariotos seriam heterotróficos aeróbios, fotossintetizantes e espiroquetas, respectivamente. A teoria também envolve aspectos geoquímicos, como a sequência temporal dos eventos. Segundo essa lógica, o surgimento dos primeiros endossimbiontes com metabolismo heterotrófico aeróbio se deu após o aumento da concentração de O2 na atmosfera. O próximo evento de endossimbiose teria envolvido descendentes do primeiro evento e procariotos fotossintetizantes. Hoje, a teoria inicialmente proposta por Lynn Margulis foi desenvolvida e passou a ser apoiada em mais evidências, principalmente moleculares. Esse processo de refinamento da teoria tem resultado em uma melhor explicação para os eventos, como propostas de passos intermediários até a formação total da novas organelas. A teoria foi também reduzida à mitocôndrias e cloroplastos, uma vez que não foram encontradas evidências de endossimbiose de espiroquetas.
Ensaio 14/04/20
Existem diversas formas de se estudar os eucariotos unicelulares que viveram no passado. As principais complicações são o tamanho diminuto e a fragilidade das estruturas microscópicas desses seres. Apesar dessas características, algumas células eucariontes extintas deixaram resquícios. Estes podem ser na forma de impressões fixadas no substrato ou estruturas mais rígidas que se preservam, como alguma tecas de sílica. Algumas moléculas, como esterois, podem ser evidências indiretas da existência desses seres (1). Por sua vez, os relógios moleculares permite fazer inferências sobre as relações filogenéticas dos ancestrais dos seres viventes. Sendo assim, as diferentes abordagem para adquirir informações sobre os eucariotos extintos permitem um estudo mais completo dessas formas de vida que não podem ser estudadas diretamente.
Kodner R, Knoll AH, Summons RE. 2009. Phylogenetic investigation of the aliphatic, non-hydrolyzable biopoly- mer algaenan, with a focus on the green algae. Org Geo- chem 40: 854–862
Comentário de Murilo F Bertolino: A oração título não está explícita. Sugiro a inserção da fase título logo na primeira frase, condensando as duas primeiras do texto apresentado. O conceito de relógio molecular não cabe nesse parágrafo pois precisaria de uma introdução à esse conceito.
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Comentário de Júlia: Há alguns erros de concordância no ensaio. Eu também me atentaria ao uso recorrente de alguns termos, já que isso pode deixar o texto um pouco repetitivo. Por exemplo, você poderia ter utilizado algum sinônimo para "seres".
Em relação ao que o Murilo disse, concordo que o conceito de relógio molecular precisaria ser desenvolvido. Ainda nesse contexto, entendo que sua inclusão no parágrafo está de acordo com o que foi dito na primeira frase. No entanto, a forma como isso foi feito o fez parecer desconectado do restante do texto.
