Anna Engelke

Ensaio opcional dia 18/02

Durante a aula, discutimos acerca da árvore da vida de Whittaker que classifica a diversidade dos organismos nos cinco reinos. A proposta de Whittaker se tornou popular e segue como referência para o ensino escolar a despeito da falta de evidências que a sustente. Tamanha persistência indica que podem ser outros fatores, que não o consenso da comunidade científica, que determinam quais conhecimentos são priorizados no ensino de Ciências. A priori, isso parece indicar um conflito entre o fazer científico e a educação básica. Como discutido, Whittaker reflete diversos de nossos valores ocidentais em sua árvore e é possivelmente a concordância de valores que o mantém como conteúdo obrigatório ao redor do mundo. A narrativa de superioridade da espécie humana e hierarquia entre os organismos existe desde a Antiguidade e ganha uma nova roupagem de racionalidade e valorização do progresso no movimento Iluminista. Na árvore, os organismos multicelulares, mais visíveis às comunidades humanas, são representados em um espaço maior e acima dos demais. Desse modo, favorece a interpretação de um progresso direcional que culminaria nas espécies que tipicamente consideramos mais relevantes. Além disso, a simplicidade da proposta favorece a narrativa de controle sobre a natureza, uma vez que conseguimos explicar a diversidade biológica sem termos de confrontar nosso real tamanho na árvore da vida. Nosso sistema de educação é pautado pela manutenção de nossas narrativas ocidentais de superioridade e a "valorização da razão" seria apenas parte de estratégia discursiva, muito mais do que uma prática.

Ensaio dia 03/03

Um modelo científico reduz a complexidade do fenômeno estudado a fim de elucidar os aspectos selecionados como relevantes. O recorte proposto é delimitado pela pergunta. Como pergunta científica deve ser respondível e produzir um avanço no conhecimento. Assim, a qualidade de um modelo é avaliada a partir do quanto ele responde o que pretendia responder e não mais que isso. Ainda que pareça evidente, isso gera estranheza quando esperamos que uma dada investigação científica responda sobre a Realidade, aqui entendida como o fenômeno em toda sua complexidade. No caso de reconstruções de filogenia, busca-se inferir as relações de parentesco entre os táxons observados. Para isso, o modelo pressupõe a existência de um último ancestral comum hipotético. Seu caráter hipotético, não observável, é necessário para garantir a refutabilidade de um dada inferência. Desse modo, não se pretende explicar quem é, factualmente, o último ancestral comum, nem como defini-lo de forma mensurável. Ao se propor a delimitá-lo, estaríamos diante de um outro tipo de pergunta. Uma que nos informa sobre outras coisas mas não sobre as relações filogenéticas.

  • Comentários de Aline 10/03: O parágrafo discute diversos assuntos. Senti pouca conexão entre as frases. As frases são longas.

Ensaio 10/03

Diversos grupos de organismos microscópicos não são classificados por meio dos rankings taxonômicos. Os rankings são categorias hierárquicas que agrupam os organismos em categorias mais específicas, tal como espécie e gênero, e subsequentemente em grupos cada vez mais gerais, como ordem, filo e reino. Quando essa nomenclatura surgiu, em 1753, permitiu organizar a diversidade de vida conhecida na época. No entanto, a diversidade conhecida era muito menor e ainda faltava muito tempo para o desenvolvimento dos métodos cladistas que organizam a filogenia atualmente ("Cladistics", 2020). Os rankings taxonômicos não são informativos dentro do panorama cladístico, uma vez que surgiram para dar conta de necessidades e pressupostos diferentes. Por isso, para diversos grupos descobertos mais recentemente não houve a tentativa de se criar tal hierarquia taxonômica. Tais grupos são organizados a partir de clados, ou seja, agrupamento de linhagens monofiléticas.

Wikipedia contributors. (2020, March 17). Cladistics. In Wikipedia, The Free Encyclopedia. Retrieved 18:23, March 18, 2020, from https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Cladistics&oldid=945989444

Ensaio 14/04 realizado no dia 22/04

Os registros fósseis oferecem poucos dados para a confecção de reconstruções filogenéticas profundas. Tais registros contém apenas dados morfológicos, uma vez que o DNA não é preservado após um período de tempo tão longo. Desse modo, reconstruções históricas seriam pouco precisas. Os fósseis, no entanto, podem ser usados para calibrar as árvores filogenéticas. A partir da datação da estratigrafia em que um fóssil foi encontrado, pode-se estimar a idade do último ancestral comum entre dois grupos terminais.

  • Comentários de Lucas Veronez: Alguns conceitos não são detalhados como o que é reconstrução filogenética e o que são terminais. Faltou detalhar mais o conceito de calibragem de árvores filogenéticas.

Ensaio 05/05 (opcional) - edição do parágrafo de 14/04

Para estudarmos relações de parentesco entre grupos de seres vivos podemos utilizar reconstruções filogenéticas. Tais reconstruções tentam inferir a história evolutiva de um grupo a partir da análise de homologias. Uma característica

Registros fósseis oferecem poucos dados para a confecção de reconstruções filogenéticas profundas. Tais registros contém apenas dados morfológicos, uma vez que o DNA não é preservado após um período de tempo tão longo. Desse modo, reconstruções históricas baseadas em fósseis seriam pouco precisas. Os fósseis, no entanto, podem ser usados para calibrar as árvores filogenéticas. Isso significa que a datação do fóssil permitiria estimar a idade do último ancestral comum entre dois grupos terminais.

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