ENSAIO OPCIONAL
Dentre todos os temas que podem ser abordados quando se discute a classificação e agrupamento dos organismos, certamente, um dos mais subjetivos é a representação gráfica escolhida para apresentar a filogenia. Mesmo que considerando secundário perto a tantas outras informações contidas na árvore, o aspecto geral da filogenia será usado, muitas vezes inconscientemente, pelo observador para interpretar as relações ali propostas. O próprio nome "árvore filogenética", já cria uma série de expectativas sobre o que será proposto - árvores possuem raiz e ramos, assim como as filogenias. A partir do momento que se têm conhecimento desse efeito no observador a manipulação da representação gráfica se torna uma arma importante quando se trata de "vender sua ideia" para a comunidade científica. Arma essa que têm sido usada exaustivamente em filogenias consideradas de grande importância para a ciência como um todo. Nas propostas iniciais, por exemplo, temos sempre em destaque os reinos animal e vegetal, sendo seus ramos muito independentes, reforçando a disparidade observada entre esses grupos, dando, ao todo, uma visão dicotômica da vida, onde existem dois possíveis caminhos para se seguir. Quando tratamos da proposta dos cinco reinos feitos por Whitaker, conseguimos traçar um caminho para a evolução, saindo dos organismos mais simples, as bactérias, e seguindo por três rotas "mais complexas", a dos fungos, animais e plantas. Diferente das anteriores, a árvore proposta por Baldauf para organizar os eucariotos passa uma imagem muita mais igualitária, de forma que todas as linhagens são apresentadas no mesmo nível. Podemos também observar representações menos restritas de filogenias, nas quais o aspecto visual é mais importante do que a acurácia científica, como exemplo a filogenia presente na capa do livro "os cinco reinos", que apresenta os organismos organizados lembrando uma mão humana que segura a Terra, abrindo espaço para diferentes interpretações de como os organismos se relacionam, entre si e com o planeta.
Comentário - 09/03 — Raphael Bassanello
Seu texto é bastante prolixo. Os períodos são bastante longos e colocam muitos detalhes, dificultando e cansando a leitura. Sugiro que para um próximo ensaio você faça um recorte maior do tema e coloque suas ideias de uma forma mais direta. O excesso de informações confunde e encoraja o leitor a desistir. Elaborar frases mais curtas permite que a leitura fique mais fluida e prende a atenção de quem está lendo.
Ensaio 1
Definir parâmetros é uma atividade cotidiana para grande partes dos cientistas. Esses parâmetros são necessários para estabelecer os rumos do estudo e têm influência direta nos resultados obtidos. Dessa forma, parâmetros concisos e relacionados com a hipótese testada são essenciais para separar bons de maus trabalhos. Assim, um dos passos iniciais do planejamento de uma pesquisa é rever e determinar os parâmetros que serão usados em cada etapa.
Comentário Ensaio 1 — William Ribeiro
Definir parâmetros é uma atividade cotidiana para grande partes dos cientistas. Esses parâmetros são necessários para estabelecer os rumos do estudo e têm influência direta nos resultados obtidos. Dessa forma, parâmetros concisos e relacionados com a hipótese testada são essenciais para separar bons de maus trabalhos (essa última parte ficou ambígua, senti fata de uma exemplificação de como este fator alterou a qualidade de trabalhos). Assim, um dos passos iniciais do planejamento de uma pesquisa é rever e determinar os parâmetros que serão usados em cada etapa.
O texto está objetivo e conciso, os períodos estão curtos. As ideias estão bem encadeadas. O texto trata de parâmetros, mas este termo pode parecer vago, exemplificação cairia muito bem.
Ensaio 2
A diversidade estimada de cada grupo de seres vivos é proporcional à quantidade de estudo que foi feito sobre eles. Implicando em um valor subestimado e que é constantemente revisto. Esse erro aumenta a medida que nos aproximamos de organismos menores e que precisam de mais tecnologia para serem observados. Assim, o erro de estimativa pode ser tão grande que temos pouca ideia da diversidade existente de grupos importantes como bacteria e archea.
Comentário 23.03.28 — Rúbia Vanderlinde
Concordo com o que você escreveu. O texto está claro, mas quando se fala de estatística, é necessária a apresentação de dados que suportem o seu argumento. Fora isso, está ótimo.
Ensaio 3
Eventos de transferência horizontal de genes podem explicar a grande diversidade presente em alguns grupos de organismos. Com o advento de novas técnicas de sequenciamento a ocorrência desses eventos ficou mais clara ao longo da história evolutiva. Abrindo espaço para novas hipóteses de como as linhagens se diversificam e se relacionam. Um exemplo de como esse conhecimento pode revolucionar é a teoria da endossimbiose, que explica o surgimento da mitocôndria e dos plastídios. A ideia inicial de que a diversidade era fruto da separação de uma linhagem da lugar ao novo paradigma de que grandes mudanças vêm da união.
Comentário - 20.04.18 — Arthur Cavalcante
A estrutura do ensaio está ótima, o exemplo esclarece o tema proposto e norteia o leitor. Minha única sugestão é a alteração da segunda sentença por algo menor, como: "Com novas técnicas de sequenciamento, a ocorrência desses eventos ha história evolutiva ficou mais clara."
Ensaio Opcional
A divulgação dos resultados é o passo final da construção científica. Uma pesquisa tem conclusão assim que os resultados são agrupados e publicados. Nessa etapa a pesquisa poderá ser criticada e revisada por qualquer pessoa que se de ao trabalho. Caso uma revisão seja elaborada e divulgada passará pelo mesmo processo analítico, instituindo a capacidade auto-revisora da ciência. E é nesse processo que se apoia a crença de que o material disponível na literatura científica é confiável, já que foi aceito por boa parte da comunidade científica. Apesar de indispensável a auto-revisão nem sempre é tão efetiva quanto deveria. É possível nos depararmos com situações em que os métodos de uma pesquisa não podem ser replicados com as informações divulgadas. Uma situação como a citada impediria uma revisão efetiva do trabalho e diminuiria a confiabilidade nos resultados.
Comentário - 20.04.18 — Arthur Cavalcante
O tema do ensaio é extremamente importante a ser pontuado. A divisão do ensaio está bem construída, com uma introdução ao tema, desenvolvimento e a conclusão com uma implicação prática.
Ensaio 4
Em uma filogenia os grupos podem ser separados entre os ancestrais e os derivados. Os ancestrais são aqueles que divergiram primeiro na escala evolutiva, e os derivados surgiram recentemente. A existência dessa separação é iminente do método, e por meio dela podemos criar diversas hipóteses sobre os acontecimentos históricos. Apesar de útil a organização desses grupos pode levar a ideias equivocadas. Um exemplo é considerar grupos ancestrais como mais simples e menos adaptados. Todos os grupos presentes na filogenia tiveram o mesmo tempo para se diferenciar, logo não podemos considerar nenhum grupo menos evoluído. Também não podemos dizer que é menos adaptado, pois a evolução em si é um processo continuo e pouco quantificável. Para uma boa interpretação de reconstruções filogenéticas é preciso evitar conclusões sem embasamento teórico, como as citadas.
Comentário 27.04.18 — Juan Meleiro
O texto tem um tom didático, no sentido de ser o estilo de escrita comum em contextos de ensino. Nesse aspecto, tem ótima redação. É sucinto, claro, e expõe informação sem enrolar. No entanto, caso a intenção fosse de apresentar uma argumentação a favor de um ponto específico, carece de um raciocínio concatenado. Por exemplo, observa-se que o parágrafo apresenta diversas ideais com pouca justificativa: a primeira e segunda frase fazem uma afirmação. A terceira, por si só, já coloca duas teses. A quarta parte do que foi apresentado antes para fazer uma nova afirmação, que conta com duas “sub-ideias” nas duas frases seguintes. A última frase apresenta uma conclusão, mas também não tem justificativa.
Ensaio 5
O registro fóssil não representa completamente a diversidade existente em cada época. Por mais refinados que possam ser os métodos de analise, a real limitação está na formação dos fósseis. É preciso tempo e condições especificas para formação de um fóssil, e por isso partes moles dificilmente deixam registro. Essa característica superestima o registro dos organismos que tem partes resistentes no corpo. Esse é apenas um dos exemplos de como a diversidade estimada de alguns grupos pode não coincidir com a realidade. Contudo, desde que considerada as limitações muita informação confiável pode ser obtida. Mesmo com defeitos o estudo dos fosseis é uma ferramenta indispensável para a reconstrução da história da vida na Terra.
Comentário 04.05.18 — Daniel Castro Pereira
Parágrafo muito bem escrito e claro. O tema escolhido é ótimo para ser discutido em um parágrafo. As únicas observações são: 1- alguns equívocos gramaticais na escrita; 2- a última frase levanta a questão: "Por que o estudo dos fósseis é uma ferramenta indispensável na reconstrução da história da vida na Terra?", em outras palavras, a justificativa dessa afirmação poderia ser desenvolvida no fechamento do texto.
Ensaio 6
Enraizar uma árvore filogenética possibilita novas hipóteses sobre a relação entre os grupos. Logo, escolher uma árvore enraizada ante uma não enraizada ajuda na análise dos dados. A diferença entre elas está mostrada na figura abaixo, consiste na organização dos grupos partindo de um só eixo e não mais de um ponto. Essa pequena mudança permite considerações acerca de grupos irmãos, ancestralidade e características compartilhadas. Apesar dos benefícios, enraizar uma árvore requer definir um grupo externo, uma linhagem fora do grupo estudado (1). A escolha de um grupo externo e a localização da raiz influenciam diretamente na confiabilidade do seu resultado, e por isso não são tarefas fáceis. Por fim, os benefícios de ter uma árvore enraizada superam as dificuldades, e por isso existe uma tendência em enraizar e melhorar as filogenias propostas.

1- LOPES, Sônia. NOÇÕES BÁSICAS DE SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA. Disponível em: <https://midia.atp.usp.br/impressos/lic/modulo03/diversidade_biologica_filogenia_PLC0019/Bio_Filogenia_top04.pdf> Acesso em 08 de maio de 2018
Comentário 11.05.18 — Rafael Viana
O texto está bem estruturado, claro e direto. A referência está bem colocada, reforçando uma afirmação importante para o texto. A figura também está bem colocada, ajudando a entender o porque ser importante enraizar.
Há 2 erros mais pontuais. O primeiro está na frase:"A diferença entre elas… não mais de um ponto", a primeira oração quebra a continuidade do texto. Um modo de corrigir isso seria substituir a primeira oração por Fig.1 ou "Como na figura".
O outro é na frase de conclusão. A última oração poderia ser marcada por um ponto, sem mudar o sentido do texto, apenas para encurtar o tamanho da frase e deixar mais fluido.
Ensaio 7
Dentro dos eucariotos podemos apontar diferentes tipos de mitose. A mitose é uma forma de divisão em que cada célula filha recebe um conjunto completo de cromossomos. Apesar do final ser o mesmo, esse evento pode ter variações em suas etapas quando comparamos os organismos. Analisando os eucariotos podemos listar quatro diferentes tipos de mitose: aberta, semi-aberta, fechada com fuso intra-nuclear, fechada com fuso extra-nuclear (REF). Elas são separadas considerando o local de formação dos microtúbulos mitóticos e pela manutenção ou não da membrana nuclear. A meiose, por sua vez, acontece da mesma forma em todos os eucariotos. Esse é um tipo de divisão celular em que são geradas quatro células com metade dos cromossomos, e está ligada ao sexo. Ainda não é claro, porque existe tanta variação na forma de fazer mitose enquanto a meiose permanece igual.

Figura 1. Exemplo de mitose aberta.
Comentário 25.05.18 — Isabella Gaião
O parágrafo está muito bem escrito com um sentido lógico bem estabelecido. A frase título é simples e de fácil compreensão, senti falta de uma menção ao foco do texto que seria os diferentes tipos de mitose convergindo em um mesmo resultado final. Esse ponto é mais apresentado no final do texto, como uma novidade. Também senti falta de uma frase concluindo de maneira mais abrangente, seria interessante ser colocado posterior à ultima frase, que também traz um tópico novo (no caso a mitose). Mas de maneira geral é um bom texto.
Ensaio 8
Hoje eu pretendo aprender as tajetórias megaevolutivas de fotossíntese.
Qual é a trajetória macroevolutiva da fotossíntese?
O que é?
Quem faz?
Pq?
Onde?
Quando?
Como?
Nós definimos isso:
Fotossíntese é a utilização de energia eletromagnética com poder redutor para biossíntese de moléculas orgânicas. E para realizar essa cadeia de processos bioquímicos é necessária a presença de pigmentos que reajam com a energia eletromagnética, como clorofila, carotenóides e ficobiliproteínas.
Fotossíntese em eucariontes.
Os eucariontes capazes de realizar a obtenção de ATP de maneira fototrófica são as plantas terrestres, algas verdes, algas pardas, algas vermelhas, euglenas e chlorarachniophytes.
Essas linhagens são bem distintas entre si, ainda mais que euglenas e chlorarachniophytes não são fotossintetizantes exclusivos. E os cloroplastos dos chlorarachniophytes são adquiridos
a partir da ingestão de algas verdes.
As algas verdes, vermelhas e pardas e as plantas terrestres são fotossintetizantes exclusivos. Essas linhagens divergem quanto a pigmentação e número de membranas em seus cloroplastos,
o que nos permite inferir o número de eventos de endossimbiose e no tipo de reserva energética que cada grupo acumula.
pardas: secundária 3 ou 4 membranas, clorofila a e c, xantofila e b-caroteno. reserva: laminarina, manitol e compostos fenólicos.
vermelhas: 2 membranas, reserva de amido e clorofila a, a e b carotoneno e ficocianina e ficoeritrina .
Pardas vivem em ambientes mais profundos do que vermelhas.
Euglena: secundária de algas verdes 3 membranas que passa verticalmente
Plantas terrestre e algas verdes: primária, clorofila b, reserva de amido.
Fotossíntese com ambos os fotossistemas.
Grupo: Rúbia, Caio Rosa e Júlia.
Ensaio 9
A recombinação de alelos é importante para purificação do genoma. Entendemos purificação como a quebra da carona gênica. Esse efeito é inerente do genoma e acontece quando uma mutação sofre seleção e carrega com ela o locus próximo, mesmo ele contendo mutações deletérias. Sem recombinação os cromossomos permaneceriam estáticos e o acumulo de mutações deletérias seria inevitável. Damos a esse efeito o nome de catraca de Muller, e a principal consequência é que em um certo momento a quantidade de mutações deletérias torna a linhagem inviável (1). Tendo sexo, e consequentemente recombinação, os cromossomos vão poder trocar pedaços e as mutações benéficas ficarão livres do locus contendo mutações deletérias.

Imagem 1. Recombinação entre cromossomos. Os dois cromossomos trocam seus pedaços inferiores e criam uma variação não existente na população.
1 - Catraca de Muller. Wikipedia. Disponível em: <https://www.normaseregras.com/normas-abnt/referencias/>. Acesso em: 02 de Junho. 2018.
Autoavaliação
Nota: 0,8
Participei de todas as aulas.
Desenvolvi minhas habilidades de escrita.
Não li toda a literatura proposta.
Não fiz a reescrita da prova.