Daniel Castro Pereira

Ensaio Opcional - 02.III.2018

A classificação dos seres vivos está muito longe de ser solucionada. As primeiras hipóteses possuíam uma hierarquia de classificação baseada na transição de organismos menos evoluídos para mais evoluídos, ou menos complexos para mais complexos. Diversos critérios também já foram adotados nas propostas de classificação. Nos últimos anos, marcadores moleculares ganharam força na elaboração de filogenias. Uma iniciativa comum atualmente é o uso de vários genes na elaboração de árvores filogenéticas. Contudo, por mais que existam tantos avanços nesses estudos, os cientistas continuam em busca de métodos mais eficientes para a classificação dos seres vivos.

Comentado por Thiago Giove (09/03/2018)
O parágrafo é sucinto e fácil de entender, porém algumas orações me parecem desencadeadas, cada frase tem um começo meio e fim mas falta coesão entre as orações.Claramente é uma escolha fazer um panorama geral da classificação atualmente, mas talvez diminuir a quantidade de informações diferentes mas discorrer mais sobre algumas seja uma opção para aumentar a coesão entre as orações.


Ensaio 01 - 09.III.2018

A busca heurística por topologias torna mais práticas as análises filogenéticas. Um número menor de cladogramas facilita os processamentos computacionais. A consequência dessa facilidade é a rapidez na obtenção de árvores-consenso. Essas árvores são parte fundamental nas pesquisas de inferência filogenética. A rapidez na obtenção de árvores, portanto, traz benefícios para a própria pesquisa científica. Isso porque ela não se torna dependente de buscas computacionais lentas. Assim, possíveis atrasos ao andamento das pesquisas são evitados pela agilidade dos processamentos, graças a praticidade da busca heurística.

Comentário por Mirian Antonicelli (09/03/2018)
À exceção da última frase, a construção dos períodos está perfeita. O problema da última frase me parece ser a inversão dos dos períodos que compõem o período composto (ou seja, a frase ficaria mais direta se a ordem fosse "Assim, graças à praticidade da busca heurística, possíveis atrasos ao andamento das pesquisas são evitados". Adicionalmente, acredito que usar "Isso porque ela se torna independente de buscas computacionais lentas." no lugar de "ela não se torna dependente" na penúltima última frase tornaria ela mais direta. Fora isso, a coesão e conteúdo do texto estão muito bons.


Ensaio 02 - 16.III.2018

Um aspecto importante na ciência é a clareza na escrita científica. A escrita é o principal meio de troca de informações entre pesquisadores (e.g. artigos e revisões). Uma escrita clara e objetiva, portanto, é fundamental para a compreensão e discussão dos trabalhos científicos. Uma escrita objetiva significa uma escrita não erudita, tampouco uma escrita coloquial. Trabalhos científicos com escrita difícil cansam a leitura. Além disso, a própria compreensão do trabalho descrito fica comprometida. A clareza na escrita também proporciona a execução dos princípios da natureza científica. Isso permite a replicação do trabalho descrito devido à compreensão da metologia aplicada. A clareza e objetividade também permitem a argumentação sobre as interpretações do autor graças à compreensão da discussão desenvolvida por ele. Ou seja, a escrita como meio de comunicação é de grande valia na ciência. Ela pode ser até mesmo tão importante quanto o próprio processo científico. Isso porque através dela ocorre a troca de conhecimentos entre pesquisadores.

Comentário por Caio Felipe
Acho que a clareza na escrita científica é um tema bem complexo, que precisa de mais de um parágrafo para ser desenvolvido, mas este parágrafo foi bem redigido como uma introdução ao tema.


Ensaio 03 - 23.III.2018

Abordagens "chupa-cabra" têm forte poder de enviesamento em pesquisas científicas. Alguns estudiosos de grupos previamente determinados procuram encontrá-los como monofiléticos. Essa procura pode forçar a existência do grupo em estudo. Isso porque a análise pode ser feita sob premissas para a existência do monofiletismo do grupo. Essas premissas também têm efeito sobre outros grupos presentes na análise. Como exemplo, existem alguns trabalhos sobre a revisão de Opistokhonta. Muitos deles, concomitantemente à recuperação dos opistocontes como monofiléticos, apontam Amoebozoa como parafilético. A tentativa de recuperação de um grupo pode induzir ao rompimento de outro grupo. Ou seja, um trabalho pode não somente recuperar um grupo monofilético. Ele pode também apontar outro grupo como não monofilético. Isso pode ser resultado das premissas utilizadas na análise para a recuperação do grupo principal de estudo.

Comentário Priscila:
Oração título indica bem o que será abordado no ensaio. Frases curtas ajudam a compreender melhor o que está escrito. No final, houve uma boa retomada do que já havia sido dito. Talvez fosse interessante partir do pressuposto que o leitor não tenha conhecimento prévio sobre o tema e explicar melhor termos como "monofilético" e "parafilético".


Ensaio 04 - 20.IV.2018

As publicações atualmente exigem observações de dados e discussão. Predições e hipóteses baseadas em interpretações do pesquisador raramente são aceitos para publicação. A academia exige a obtenção de informações e sua transformação em possíveis evidências. O espaço para compartilhamento de ideias e hipóteses ficou praticamente restrito aos laboratórios. Atualmente, o espaço para compartilhamento e discussão em revistas científicas é restrito às seções de pontos de vista ("Points of view"). Porém, o conteúdo dessas seções também é controlado e selecionado. O controle dessas seções e a exigência das revistas científicas bloqueia o compartilhamento de ideias na comunidade científica. Esse bloqueio pode prejudicar a comunidade e até mesmo o andamento das pesquisas. Exemplo disso é a teoria da endossimbiose publicada pela cientista Lynn Margulis. O trabalho de Lynn era baseado em ideias e predições dela. Tais predições eram referentes à origem das mitocôndrias, cloroplastos e centríolos. Diversos trabalhos foram realizados desde então a respeito desse assunto. Os achados apoiam a maioria das hipóteses de Lynn Margulis. Ou seja, o trabalho de Lynn foi um forte estímulo para a realização de pesquisas sobre endossimbiose. Tal estímulo pode ser comprometido com as exigências vigentes atualmente. Esse é um dos motivos da importância do compartilhamento aberto de ideias no meio científico.

Comentário Raphael:
Bela abordagem do tema, no entanto senti uma mudança bastante brusca em como você organizou as frases ao longo do seu ensaio. No início elas são bastante fluidas e bem conectadas, e ao longo da escrita eles foram perdendo essa fluidez e se tornando bastante curtas e engessadas. Sugiro que em um próximo texto você continue fazendo frases como as do início, que dão ao ensaio uma maior facilidade de leitura.


Ensaio 05 - 27.IV.2018

A representação de stem groups ocasiona problemas de interpretação entre sistematas e paleontólogos. Um stem group é um táxon extinto, com evidências fósseis de sua existência no passado. Sua representação em cladogramas por sistematas e por paleontólogos traz confusões na comunicação entre esses dois grupos. Sistematas interpretam stem groups como táxons extintos representados por terminais na filogenia (Fig. 1, à esquerda). Isso porque os ramos representam transformações hipotéticas de linhagens e os nós, ancestrais comuns hipotéticos. Em contrapartida, paleontólogos entendem stem groups como táxons extintos localizados em ramos na filogenia (Fig. 1, à direita). Isso contradiz o conceito de ramos como transformações hipotéticas de linhagens. Essa confusão também proporciona discordâncias entre sistematas e paleontólogos sobre a interpretação da história evolutiva dos stem groups. Esse exemplo ilustra um problema ocasionado por diferentes significados aplicados a um mesmo termo.
stemgroup
Figura 1 - À esquerda, representação filogenética de um táxon extinto "A" por sistematas. À direita, representação filogenética de um táxon extinto "A" por paleontólogos.

Comentário Caio Rosa:
O tema escolhido é interessante e foi bem trabalhado no espaço proposto. O entendimento do texto é auxiliado pela imagem, que é simples e sumariza as explicações. Uma forma de tornar o texto mais claro seria escrever o desenvolvimento de modo mais direto, evitando que a ideia principal seja perdida.


Ensaio 06 - 04.V.2018

O enraizamento dos eucariontes compromete o monofiletismo de Excavata (Derelle et al., 2015). A raiz dos eucariontes se posiciona dentro dos excavados. Assim, esse grupo se torna parafilético. A resolução seria feita com a criação de dois diferentes clados. Alguns trabalhos já apoiavam o parafiletismo de Excavata. O trabalho de Derelle et al., 2015 reforça essa hipótese. E nesse trabalho, particularmente, o reforço é trazido pela posição do ancestral comum dos eucariontes. As novidades retratadas, portanto, apontam a própria raiz dos eucariontes como fator implicador do parafiletismo dos excavados.

Derelle, Romain; Torruella, Guifré; Klimeš, Vladimír; Brinkmann, Henner; Kim, Eunsoo; Vlček, Čestmír; Lang, B. Franz; Eliáš, Marek. 2015. Bacterial proteins pinpoint a single eukaryotic root. Proceedings of the National Academy of Sciences, 112 (7): 693–699.

Comentário feito oralmente por Daniel Lahr (11/05).


Ensaio 07 - 11.V.2018

A interpretação de árvores filogenéticas por alguns cientistas possui equívocos. Alguns cientistas enxergam erroneamente uma relação temporal entre os terminais. Porém, os nós são as únicas partes de um cladograma com relação temporal. O evento de divergência de um nó mais próximo à raiz é mais antigo que o evento de divergência do nó posterior. Além disso, alguns cientistas também se equivocam quanto à interpretação da rotatividade dos nós. Isso porque alguns cientistas enxergam como diferentes duas ou mais topologias idênticas com os nós rotacionados. Em resumo, a leitura de cladogramas, que deveria ser uma tarefa básica, não é feita de maneira correta por todos os cientistas.


Ensaio 08 - 18.V.2018

O que é?
Fotossíntese é um com conjunto de reações metabólicas que convertem energia luminosa (eletromagnética) em energia química por meio de pigmentos.

Quem faz?
fotossintetizantes.png

Fotossíntese em bacterias púrpuras sulfurosas

  • centro de reação das bactérias roxas é similar ao centro de reação do fotossistema II
  • fotossíntese anóxica, sendo ácido sulfídrico o doador de eletrons
  • fotossíntese cíclica
  • o pigmento usado é bacterioclorofila 800 - 850
  • a descoberta de bacterias fotossintetizantes anóxicas mudou a definição geral da fotossíntese

Ensaio 09 - 25.V.2018

Precisei sair antes pra cuidar do TCC :(


Ensaio 10 (Auto-Avaliação) - 08.VI.2018

A disciplina foi rica em muitos aspectos. O mais notável foi o foco em relação à escrita. Isso me ajudou muito, tanto em críticas individuais quanto em grupo. Eu me dou a nota de 0,8. Isso porque eu poderia ter participado mais ativamente das discussões em sala. Além disso, eu não li sempre a literatura recomendada para as aulas.

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