Ensaio Opcional - 18/02
Diversos são os estudos sobre a evolução dos Eucariontes. Nesse sentido, foram criadas inúmeras filogenias, na tentativa de explicar as relações entre os táxons e refletir suas histórias evolutivas. Muitas dessas classificações, entretanto, não tinham tanto embasamento biológico e, muitas vezes, transmitiam uma ideia de que a evolução é unidirecional. Nesse contexto, a classificação dos "5 reinos de Whittaker" ainda ensinada no ensino básico, por exemplo, já nasceu obsoleta, uma vez que ignora certas informações, já descobertas na época em que foi proposta, sobre as bactérias e dá maior relevância à diversidade dos organismos macroscópicos em detrimento dos microrganismos.
Ensaio 1 - 03/03
Cladogramas são diagramas filogenéticos compostos basicamente por nós, terminais e ramos. Convencionalmente, os nós representam o último ancestral hipotético em comum de seus respectivos terminais. Os terminais simbolizam dados reais. Já os ramos, constituem as relações de parentesco entre os nós e os terminais. Portanto, cladogramas exprimem inferências filogenéticas sobre a história evolutiva de entidades reais, por meio de entidades irreais.
Comentários de Giovanni
Os advérbios podem ser cortados do texto sem afetar o sentido dele
A introdução dos cladogramas pode ser feita com duas frases, uma explicando sua função na inferência e outra sobre sua estrutura.
Ensaio 2 - 10/03
O grupo Amoebozoa é dividido em 22 linhagens. Entre elas, apenas 1 possui teca. A linhagem mais diversa é justamente a das amebas tecadas. A segunda linhagem mais diversa é a dos myxomycetes. Os myxomycetes possuem estruturas similares a corpos de frutificação. Nesse sentido, essas duas linhagens são estruturalmente mais visíveis do que as demais. A maior visualização permite uma maior facilidade na amostragem. Uma amostragem maior desses dois grupos em detrimento dos demais pode causar um viés na diversidade.
Ensaio 3 - 17/03
O monofiletismo de Excavata ainda é controverso (Parfrey et al., 2006). O grupo foi proposto com base em dados morfológicos. Reconstruções filogenéticas indicam que o último ancestral comum exclusivo do grupo possuía flagelos anteriores e suco ventral. Nesse sentido, essas sinapomorfias morfológicas foram perdidas e/ou modificadas em alguns grupos dentro de Excavata. Entretanto, os dados moleculares dificilmente sustentam esse monofiletismo (Parfrey et al., 2006). Isso é decorrente do fato de Excavata possuir muitos grupos distintos entre si e altas taxas evolutivas. Logo, esse grupo ainda é controverso e exige cuidados especiais em suas reconstruções.
Referência:
PARFREY, L. W. et al., 2006. Evaluating support for the current classification of eukaryotic diversity.
Ensaio 4 - 31/03
O aumento da concentração de O2 na atmosfera foi um passo importante na história da evolução dos eucariontes. Até cerca de 3 bilhões de anos atrás, a atmosfera terrestre era redutora e não possuía oxigênio livre. Entre 3 e 2,5 bilhões de anos atrás, linhagens ancestrais de cianobactérias fotossintetizantes começaram a bombear O2 na atmosfera. Como efeito colateral da fotossíntese, ocorreu um aumento de O2 na atmosfera. Esse aumento possibilitou a criação de novo nicho ecológico e, assim, o surgimento do metabolismo aeróbio. Tal surgimento, permitiu que arqueas metanogênicas anaeróbias fagocitassem alphaproteobactérias aeróbias. Ao longo da evolução, essas alphaproteobactérias perderam partes redundantes do genoma e transferiram partes dele ao genoma hospedeiro. Ou seja, essa endossimbiose deu origem futuramente às organelas mitocondriais, caracterizando um importante processo evolutivo na história dos eucariontes.
Ensaio 5 - 15/04
O registro fóssil é utilizado para calibrar as árvores filogenéticas. Entretanto, isso não é uma tarefa fácil. Para isso é necessário primeiro definir a qual grupo filogenético esse fóssil pertence, o que tende a ser subjetivo. A partir disso, é possível calibrar a filogenia com base no intervalo de tempo geológico ao qual o fóssil encontrado pertence. Ou seja, sabe-se que o ancestral hipotético daquele grupo não pode ter surgido em um tempo muito distante desse intervalo de tempo. Para calibrar uma filogenia é preciso repetir esse processo em vários nós. Desse modo, é possível fazer com que o algoritmo corrija os demais nós da árvore filogenética de acordo com essas restrições de tempo.
Comentário Guilherme: Faltou uma explicação sobre o que significaria "calibrar as árvores filogenéticas", poderia haver uma explicação sucinta sobre tamanho de ramos e como eles são calculados sem a interferência do registro fóssil e o porque de ser importante realizar essa calibragem com base no registro fóssil.
Sequência didática sobre fotossíntese
Comentário sobre as modificações na aula proposta - 19/05
Com o objetivo de deixar essa aula mais sucinta e viável, as seguintes modificações são pertinentes:
1- A introdução incluirá apenas uma breve apresentação dos grupos fotossintetizantes (tanto procariontes quanto eucariontes). Ou seja, os tópicos sobre explicação sucinta de fotossíntese oxigênica e a importância da fotossíntese para a evolução da vida serão excluídos dessa aula e abordados em aulas anteriores;
2- A discussão mais específica sobre as duas linhas de pensamento: “The selective loss model” X “The fusion model” abordada por Xiong (2007) será retirada;
3- A discussão sobre as mudanças genômicas, metabólicas e etc que permitiram o “nascimento dos plastídios” será mais breve, tendo em vista que parte dessas mudanças já terão sido abordadas numa aula anterior sobre endossimbiose.
Ademais, a estrutura que utilizei para elaborar essa aula foi mais voltada para exposição. Tal estrutura nitidamente refletiu a configuração das aulas expositivas que geralmente são dadas na graduação. É interessante, portanto, que a organização dessa aula se dê de maneira que haja discussões que integrem mais os alunos. Nesse sentido, a discussão proposta nessa sequência didática sobre a geração do conhecimento científico e/ou imparcialidade da ciência é um exemplo de um instrumento interessante para promover essa integração.