Parágrafo de expectativas 30.01.23
Primeiramente, minhas expectativas envolvem retomar e aprofundar os conhecimentos que tive em na disciplina filogenia, e entender melhor a evolução dos organismos eucariontes. Além de desenvolver um olhar crítico para as teorias e hipóteses filogenéticas. Uma coisa que me chamou atenção foi a parte de escrita científica, que é algo que não temos no ciclo básico durante a graduação. Além disso, penso que o método de avaliação é bem inovador no IB. Usualmente, os docentes cobram o conteúdo no formato de provas conteudistas. Desse modo, é interessante o critério para as notas serem com uma avaliação contínua, com o intuito de ser mais formativa que punitiva. Por fim, gostei da organização da disciplina. É possível observar a preparação que foi feita pensando nos objetivos didáticos. Ademais, me agrada que o tempo gasto para realizar as atividades seja no horário da própria aula, sem lições para casa.
Parágrafo 2 02.02.23
O sistema de classificação dos cinco reinos ainda possui influência na sociedade. Em 1969, Whittaker classificou todos os seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animal. Ele se baseou principalmente em características morfológicas e fisiológicas. Já na década de 1990, Carl Woese e colaboradores refutaram o modelo anterior com o modelo dos três domínios. Mesmo depois da quebra de paradigma, os cinco reinos estão presentes na sociedade. Por exemplo, as escolas ainda ensinam as ideias de Whittaker. Uma possível explicação desse fenômeno pode ser o egocentrismo do ser humano. A humanidade possui orgulho de ser o topo da cadeia alimentar, de ser a “espécie mais evoluída”, “mais inteligente”. Dessa forma, Whittaker consegue separar o ser humano das plantas, fungos, bactérias e protozoários. Ao passo que Woese agrupa o ser humano juntamente com todos os eucariontes. Ele retira o foco dos organismos macroscópicos, como os animais e plantas, para os microscópicos.
Comentário Natalia Mansur O texto já está muito bom! Frases curtas e conectadas de forma fluída. Tem um tópico frasal e as ideias são bem desenvolvidas dentro do parágrafo, para justificar a tese.
Comentário Thomas Filgueiras Filho O parágrafo apresenta uma sentença de tópico e frases curtas e claras. O tema é bem desenvolvido ao longo do parágrafo. Falta explicar em que Woese se baseou para fazer uma nova classificação. Sem esta informação a sentença que inicia em "Mesmo depois da quebra de paradigma…" fica um pouco solta, já que não é apresentada como se deu esta quebra.
Versão do ChatGTP
A classificação dos cinco reinos, proposta por Whittaker em 1969, ainda é influente na sociedade. Nesta classificação, todos os seres vivos são separados em cinco categorias: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animal. A separação foi baseada em características morfológicas e fisiológicas. Contudo, na década de 1990, o modelo de três domínios, proposto por Carl Woese e colaboradores, revolucionou a classificação biológica. Apesar disso, a ideia dos cinco reinos continua presente na sociedade. Em muitas escolas, ainda é ensinada a classificação de Whittaker. Isso pode ser explicado pelo egocentrismo humano, que sente orgulho de ser considerado a "espécie mais evoluída" e "mais inteligente". Ao separar os seres humanos dos outros seres vivos, como plantas, fungos, bactérias e protozoários, Whittaker perpetua esta ideia. Já Woese, ao agrupar todos os eucariontes, incluindo os seres humanos, mostra que a vida é muito mais complexa do que a simples separação em cinco categorias.
Outline ensaio 06.02.23
- Problemática: ciência hoje em dia é menos revolucionária
- contexto contracultura,
- verba de ciência e investimento - ex: fapesp só financia pesquisas com resultados certeiros
- Karl popper - falseamento
- thomas kuhn - substituição de paradigma
- Papers and patents are becoming less disruptive over time | Nature
07.02.23
Orientação do ensaio
Afunilamento do tema geral do texto, focando somente na pressão da sociedade acadêmica em ter resultados. Relacionando com a ciência menos revolucionária.
Tópicos interessantes
- taxonomia - nao fazer compêndios de descrição de espécie, mas descrevia uma especie por vez → salami science
- verificar alguma agência financiadora que observou isso
08.02.23
Nova ideia + Orientações
Verificar como conteúdos de filogenia estão sendo trabalhado no ensino básico - Relacionado às algas
se já abandonaram os 5 reinos, e como abordam os 3 domínios
algas verdes, algas pardas, algas vermelhas, tudo junto?
se couber - como está sendo a transposição didática - é só a importância ecológica, ou tem mais alguma coisa além disso? falam de endossimbiose?
09.02.23
Outline dos Parágrafos
explicar o que é a BNCC e como ela relaciona as algas. mostrar que a BNCC é o documento que norteia a educação do Brasi
Como a BNCC é um documento mais norteador e não possui muitos conteúdos concretos, pensei em pegar um livro didático. Apresentar o livro didático, e citar os principais conteúdos que eles abordam relacionados às algas
Explicar conceitos chaves: transposição didática e sistema de classificação dos seres vivos
O que são as algas de acordo com o livro didático. Explicar o que são os 5 reinos - mostrando onde as algas estão (Protistas)
Definir os 3 domínios, e descrever onde as algas estão inseridas. Depois disso, comparar com os 5 reinos. e mostrar como o livro não explicita a posição das algas na nova
Imagem de uma árvore filogenética mostrando as algas e a posição delas
mostrar como isso é um problema: a educação está construindo conceitos errados, falando que as algas são um grupo verdadeiro como protistas, e que surgiu somente uma vez, mesmo com o paradigma estando robusto faz tempo.
concluir - não faz uma boa transposição didática do novo paradigma dos 3 reinos.
Ensaio sem passar pelo robo
As algas são seres vivos que possuem grande relevância na ecologia, na economia e na evolução. Esses organismos são importantes para a fotossíntese, no sequestro de carbono e como produtores primários nas cadeias alimentares. Em termos econômicos, as algas são amplamente usadas para alimentação, nas indústrias para fabricação de tintas, cosméticos e medicamentos. Além disso, elas são importantes para entendermos a origem dos cloroplastos na linhagem dos eucariontes.
Apesar de terem grande relevância para o meio ambiente e para o ser humano, a sociedade ainda carece de conhecimentos sobre as algas. A falta de conhecimento sobre esses organismos ocorre no âmbito biológico, taxonômico e evolutivo. Ainda não existem muitas abordagens desse conteúdo no ensino básico. Quando presente, muitas vezes o conhecimento é trabalhado de maneira descontextualizada ou desatualizada. Um dos motivos desse descaso em relação às algas ocorre por conta da relação dos docentes e dos materiais didáticos com o conteúdo. De modo que, os professores e os produtores de materiais didáticos dão preferência para outros temas como zoologia e biologia celular [5].
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece os conteúdos e habilidades essenciais que todos os estudantes devem adquirir ao longo da educação básica. A abordagem da BNCC na área de Ciências e Tecnologias inclui o desenvolvimento do letramento científico da população, o entendimento da vida, evolução e diversidade biológica. O conhecimento da biodiversidade e a análise de fenômenos naturais ajudam os estudantes a compreender a importância da natureza. Por exemplo, a discussão sobre as algas destaca sua relação com a sucessão ecológica, sua função como colonizadores primários, estruturadores de habitats e produtores [2].
Para analisar como o conteúdo das algas é abordado na educação básica, podemos analisar o conjunto de livros “Ciências da Natureza” de Sônia Lopes e Sergio Rosso, da editora Moderna [6]. As temáticas de morfologia, biodiversidade e reprodução das algas não são abordadas nos livros, tratando o grupo de forma homogênea. Enquanto que as relações ecológicas, fotossíntese, ecologia são citadas de alguma forma. Evidenciando a falta de conteúdos sobre as algas na educação básica.
A transposição didática é um instrumento importante para “traduzir” os conhecimentos científicos para uma linguagem mais acessível e compreensível pelos estudantes [7]. A ciência estuda e busca compreender fenômenos desconhecidos com base em evidências e investigações. No entanto, os conhecimentos produzidos pelos pesquisadores e pelas academias não podem chegar de forma bruta para as escolas. Tais conhecimentos passam por adaptações e simplificações para um ensino que atenda às necessidades sociais, culturais e escolares. O objetivo da transposição didática é que o aluno seja capaz de entender os conhecimentos transpostos no campo da ciência e da escola.
Os conhecimentos sobre evolução e sistemática filogenética apresentados em livros didáticos normalmente estão desatualizados quando comparados aos da academia. A sistemática filogenética busca encontrar relações de parentesco e reconstruir a história evolutiva dos seres vivos. Ela procura características compartilhadas entre grupos de organismos. Esses grupos são considerados naturais e são cientificamente válidos na reconstrução da história evolutiva [1]. As árvores filogenéticas são formas gráficas de representar as relações de evolução entre os seres vivos. Esses gráficos podem ser reconstruídos através de dados moleculares, morfológicos, dentre outros tipos de informações. Desse modo, a sistemática filogenética permite o estudo da evolução dos seres vivos e como as linhagens se transformaram ao longo do tempo evolutivo.
A classificação dos seres vivos em 5 reinos proposta por Whittaker em 1969 é a mais influente no ensino básico. O autor se baseou principalmente em características morfológicas e fisiológicas para montar sua hipótese. Dessa forma, todas as algas (pardas, vermelhas, verdes e glaucófitas) são agrupadas no reino protista. Além das algas, esse reino abrange os protozoários, formando um grupo não natural.
Já a divisão em 3 domínios de Woese atualmente é o modelo de classificação mais aceito no meio acadêmico. Sua hipótese se baseia principalmente em dados moleculares. Assim, as algas estariam em diferentes grupos dentro do domínio Eukarya. Esse domínio normalmente é dividido em: Opisthokonta, Amoebozoa, Excavata, SAR (Stramenopiles - algas pardas -, Alveolates e Rhizaria) e Archaeplastida (grupo que engloba "algas verdes", vermelhas, glaucófitas e plantas terrestres) [4]. Assim, todas as "algas" não formam um grupo natural, já que as algas pardas ficam fora do grupo Archaeplastida (Fig 1).
Fig 1. Representação da árvore filogenética dos três domínios de Woese. O esquema detalha o domínio Eukarya. As algas verdes, vermelhas, pardas e glaucófitas estão destacadas (Adaptado de Domingos et al., 2017).
O livro analisado aborda a classificação de domínios e as relações filogenéticas entre os três. Embora se baseie na classificação de Whittaker, ele não especifica qual formato de reinos está sendo abordado. Isto torna incerto se protozoários e algas são classificados no mesmo grupo. Apesar disso, o livro estabelece alguns parágrafos sobre a ideia de endossimbiose. Isso sugere uma proximidade filogenética da classificação semelhante à linhagem Archaeplastida.
Mais de 30 anos se passaram desde que Woese propôs os três domínios, no entanto, a educação brasileira ainda possui um grande destaque para os cinco reinos. Isso mostra que os livros didáticos ainda não conseguiram superar a proposta de Whittaker, e falham em transpor os conhecimentos do modelo de sistemática filogenética mais aceito atualmente.
Metodologia utilizando o robo
Eu escrevi o texto inteiro sem consultar o robo. apos conseguir terminar, eu acabei passando paragrafo por paragrafo e complementando o texto original com as sugestoes do robo.
https://docs.google.com/document/d/1mJMlmLpEauOIJBlaDUMXzuOzW2FcsOlr8ZOgdsMzbl0/edit?usp=sharing