Mariah Lima

Ensaio opcional I (18/02)

A simples observação de algumas reconstruções históricas pode dar a falsa impressão de que a evolução é progressiva/unidirecional, indo do menos complexo para o mais complexo. Para evitar interpretações desse tipo, frequentemente originadas da ideia de que os seres humanos são o ápice da evolução, pesquisadores têm dado preferência a reconstruções menos tendenciosas, que se limitem a representar as relações filogenéticas sem implicar na superioridade de um grupo.

Comentários de Arlúcio
- Ao usar a "/", deu a entender uma provável incerteza na escolha da palavra. Talvez limitar-se ao uso de uma delas seja um bom caminho.
- É bom evitar repetição muito próxima de palavras que podem ser substituídas por sinônimos ou enxugadas do texto sem perda do seu sentido original, como em "menos complexo para o mais complexo".

Ensaio 1 (03/03)

O método neighbour-joining é um dos mais utilizados para construção de árvores filogenéticas. Da mesma forma que outros métodos, apresenta seus problemas. Ao levar em consideração a distância entre genes, ignora as diferentes taxas de mutação. Por esse motivo, modelos são utilizados para corrigir possíveis erros e obter melhores resoluções. Ainda assim, por ser um método heurístico e rápido, é utilizado na análise de grandes quantidades de dados. Mas diferentes conjuntos de dados podem ser trabalhados de formas variadas de acordo com suas especificidades. Cabe ao pesquisador decidir qual método se ajusta melhor ao seu objetivo.

Comentários de Arlúcio
- A escolha de conteúdo é boa, mas algumas frases podem ser mais fluídas e apresentarem maior conectividade entre si, tornando a leitura do texto mais dinâmica.

Ensaio 2 (10/03)

O desenvolvimento da biologia molecular contribuiu grandemente para a construção de filogenias. Isso porque permite estabelecer relações que não seriam possíveis através da morfologia. Antes, organismos morfologicamente semelhantes poderiam ser agrupados sem que tivessem qualquer relação. Organismos aparentados e morfologicamente distintos poderiam ser colocados em grupos distantes. O uso de dados moleculares pode oferecer resultados mais confiáveis ao diminuir as chances de interpretar as relações de forma errônea.

Ensaio 3 (17/03)

O grupo Chromalveolata é um exemplo de hipótese chupacabra. Hipóteses chupacabra são aquelas criadas com base em poucos dados e mantidas apesar de evidências em contrário. O grupo foi consolidado através de um estudo que buscava explicar a origem dos plastídios de cromistas e alveolados com um único evento de endossimbiose [1]. Não havendo quantidade de estudos suficientes que pudessem sustentar a hipótese Chromalveolata, esta se tornou um exemplo de agrupamento prematuro que passou a ser utilizado por seu caráter útil ainda que bastante controverso [2]. Hoje esse grupo já não existe mais, mas pode ser utilizado para demonstrar como dados científicos podem ser interpretados de forma enviesada para sustentar hipóteses com pouco embasamento.

1. Yoon, H. S.; Hackett, J. D.; Pinto, G.; Bhattacharya, D. 2002. "The single, ancient origin of chromist plastids." PNAS 99 (24): 15507-15512
2. Adl, S. M.; Simpson, A. G. B.; Lane, C. E.; Lukeš, J.; Bass, D.; Bowser, S. S.; Brown, M. W.; et al. 2012. "The Revised Classification of Eukaryotes." Journal of Eukaryotic Microbiology 59 (5): 429–514

Ensaio 4 (07/04, referente à aula do dia 31/03)

A teoria da endossimbiose surgiu como uma tentativa de explicar a origem de organelas exclusivamente eucarióticas e da divisão celular. De acordo com essa teoria, a mitocôndria e outras organelas teriam se originado a partir da incorporação de uma bactéria aeróbia por uma bactéria heterotrófica anaeróbia. Proposta por Lynn Margulis em um momento da ciência em que ainda não existia uma série de ferramentas e metodologias que pudesse testar suas ideias, a robustez das observações demonstra a genialidade da autora. Mais recentemente, análises moleculares comprovaram a origem endossimbiótica da mitocôndria e de plastídeos, tornando a teoria endossimbiótica um dos pilares da biologia.

Ensaio 5 (21/04, referente à aula do dia 14/04)

A preservação de organismos e de suas partes no registro fóssil contribui grandemente para a reconstrução da história da evolução eucariótica. Os acritarcos, microfósseis interpretados como sendo de eucariotos, foram encontrados em amostras datadas de aproximadamente 1,8 bilhão de anos [1, 2], o que coloca a origem da primeira célula eucariótica em um período anterior a esse. Algumas amostras apontam a presença de organismos eucariontes há ainda mais tempo, embora tais amostras sejam ambíguas. É o caso da Grypania, um fóssil datado de 2,1 bilhões de anos que pode ser interpretado como eucarioto ou procarioto, uma vez que a estrutura celular não foi preservada [3]. Porém, por ser fragmentado e preservar somente a morfologia em muitos casos, o registro fóssil não é utilizado para a construção de filogenias. As filogenias que reconstroem a história profunda dos eucariotos são moleculares, e o registro é utilizado como uma ferramenta para complementá-las.

1. Buick, R. 2010. "Ancient acritarchs." Nature 463 (18): 885-886
2. Knoll, A. H. 1992. “The Early Evolution of Eukaryotes: A Geological Perspective.” Science 256 (5057): 622–627
3. Martin, W.; Russell, M. J. 2003. "On the origins of cells: a hypothesis for the evolutionary transitions from abiotic geochemistry to chemoautotrophic prokaryotes, and from prokaryotes to nucleated cells." Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 358 (1429): 59–85

Comentário feito por Aline K em 28/04: Olá! Eu entendi o conteúdo do ensaio, mas senti que abordou diversos conceitos que não foram explicados. Logo na primeira frase já aparecem "registro fóssil" e "reconstrução da história da evolução eucariótica". A seguir aparecem os acritarcos, origem da célula eucariótica, ambiguidade de evidências fósseis, reconstruções filogenéticas, etc. Senti também que algumas sentenças estão bem longas como "Os acritarcos, microfósseis interpretados como sendo de eucariotos, foram encontrados em amostras datadas de aproximadamente 1,8 bilhão de anos [1, 2], o que coloca a origem da primeira célula eucariótica em um período anterior a esse."

Origem e evolução da fotossíntese

Unless otherwise stated, the content of this page is licensed under Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 License