Julia Peloggia

Ensaios

Ensaio 1 (19.02.2016)

A conversa entre a academia e a sociedade ainda é uma falha na ciência. Estudos em Biologia eram feitos a partir de observações da Natureza e sua aceitação era feita com base em autoridade: quem falava importava muito. Com o passar dos anos, a Biologia se tornou uma ciência mais baseada em pequenas perguntas que são respondidas por meio de metodologias bem definidas, contribuindo assim para a produção de conhecimento. Em 1969, Whittaker publicou na Revista Science um artigo classificando a diversidade até então conhecida em 5 Reinos: Monera, Protista, Plantas, Fungos e Animais. Os métodos utilizados para classificação não eram rigorosos, mas ainda assim suas ideias convenceram tanto os acadêmicos quanto o publico leigo, e foram aceitas por quase 40 anos. Em 2000, Baldauf e colaboradores publicaram na mesma revista um artigo que revolucionou a classificação filogenética dos eucariotos utilizando métodos mais modernos como sequenciamento genético, propondo a existência de muitos outros reinos na diversidade. Contudo, a maioria das pessoas ainda acredita na classificação de 5 Reinos de Whittaker, porque o trabalho de Baudalf não foi bem divulgado. Além da dificuldade de se fazer uma divulgação científica de qualidade, ainda existe a dificuldade de nós aceitarmos que não somos os seres mais importantes ou abundantes da Terra. Dessa forma, a visão de Whittaker é mais confortável para nós. O estudo da biologia passou por grandes mudanças e melhorou muito nas ultimas décadas, mas a divulgação científica,ou seja, a conversa entre a academia e a sociedade, ainda tem muito o que melhorar.

Ensaio 1 - Corrigido por Ana Sophia

A conversa entre a academia e a sociedade ainda é uma falha na ciência. Argumento mal fundamentado, sem referência. Estudos em Biologia eram feitos a partir de observações da Natureza e sua aceitação era feita com base em autoridade: quem falava importava muito. Essa frase consegue explicar de maneira clara concisa a ideia que você introduziu no título. Com o passar dos anos, a Biologia se tornou uma ciência mais baseada em pequenas perguntas que são respondidas por meio de metodologias bem definidas, contribuindo assim para a produção de conhecimento. Em 1969, Whittaker publicou na Revista Science um artigo classificando a diversidade até então conhecida em 5 Reinos: Monera, Protista, Plantas, Fungos e Animais. Os métodos utilizados para classificação não eram rigorosos, mas ainda assim suas ideias convenceram tanto os acadêmicos quanto o publico leigo, e foram aceitas por quase 40 anos. Em 2000, Baldauf e colaboradores publicaram na mesma revista um artigo que revolucionou a classificação filogenética dos eucariotos utilizando métodos mais modernos como sequenciamento genético, propondo a existência de muitos outros reinos na diversidade.Boa retrospectiva histórica. Contudo, a maioria das pessoas ainda acredita na classificação de 5 Reinos de Whittaker, porque o trabalho de Baudalf não foi bem divulgado. Ficou um pouco confuso se a pouca visibilidade se deve a pouca divulgação ou a um argumento de autoridade. Talvez fosse interessante articular mais essas duas ideias. Além da dificuldade de se fazer uma divulgação científica de qualidade, ainda existe a dificuldade de nós aceitarmos que não somos os seres mais importantes ou abundantes da Terra. Dessa forma, a visão de Whittaker é mais confortável para nós. O estudo da biologia passou por grandes mudanças e melhorou muito nas ultimas décadas, mas a divulgação científica,ou seja, a conversa entre a academia e a sociedade, ainda tem muito o que melhorar. De novo falta um pouco de fundamentação para o argumento, mas como forma de conclusão está bem claro para expressar sua opinião.

Ensaio 2 (04.03.2016)

Árvores filogenéticas são diagramas que mostram visualmente a história de características. As árvores podem ser usadas para mostrar evolução de genes, proteínas ou espécies. Sua organização é baseada em nós e terminais, onde nós são cruzamentos entre linhas e terminais são os traços. Os caracteres comparados são representados no final dos terminais. Em reconstruções filogenéticas para evolução de organismos, os nós sempre representam ancestrais comuns hipotéticos. Para isso, os cientistas assumem duas coisas principais: que a vida teve apenas uma origem e que existe evolução por seleção natural. Essa reconstrução é apenas uma maneira mais gráfica de olhar para os dados, mais simples que textos, por exemplo. Os cladogramas da figura abaixo mostram que A e B são mais próximos entre si, e que o grupo formado por A e B é mais próximo de C. É importante ressaltar que eles não representam uma forma hierarquizada e linear de evolução, e que os nós podem ser “girados”, como também mostrado na figura (A e B mudaram de posição, mas as relações de proximidade foram mantidas). Sendo assim, a filogenia é uma forma eficiente de representar a história dos organismos.

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Ensaio 2 - Corrigido por Ursula

Árvores filogenéticas são diagramas que mostram visualmente a história de características O que são características? Seria legal definir melhor o que você quis dizer com este termo. As árvores podem ser usadas para mostrar evolução de genes, proteínas ou espécies. Sua organização é baseada em nós e terminais, onde "onde" é usado para se referir a um lugar, neste caso é legal usar "no qual" ou outros sinônimos nós são cruzamentos entre linhas e terminais são os traços. Os caracteres idem primeiro comentário comparados são representados no final dos terminais__ interessante que você explicou o que são os termos. Em reconstruções filogenéticas para evolução de organismos__ não entendi o que você quis dizer aqui, os nós sempre representam ancestrais comuns hipotéticos. Para isso, os cientistas assumem duas coisas principais: parece argumento de ethos que a vida teve apenas uma origem e que existe evolução por seleção natural. Essa reconstrução é apenas uma maneira mais gráfica de olhar para os dados, mais simples que textos, por exemplo. Os cladogramas da figura abaixo mostram que A e B são mais próximos entre si, e que o grupo formado por A e B é mais próximo de C. É importante ressaltar que eles não representam uma forma hierarquizada e linear de evolução, e que os nós podem ser “girados”, como também mostrado na figura (A e B mudaram de posição, mas as relações de proximidade foram mantidas). Sendo assim, a filogenia é uma forma eficiente de representar a história dos organismos parece um pouco de pathos aqui.
Comentário geral: a escolha do tema foi interessante, porque você conseguiu utilizar um conceito e explicá-lo ao londo do texto. Além disso, gostei da utilização da imagem para exemplificar o que você estava explicando.

Ensaio 3 (11.03.2016)

O citoesqueleto é uma estrutura dinâmica presente nas células eucarióticas. Suas funções são extremamente variadas, desde transporte de proteínas até regulação da morfologia celular. Recentemente algumas proteínas homólogas foram encontradas em procariotos. O citoesqueleto eucarionte é composto por 3 proteínas principais: os filamentos de actina, microtúbulos e filamentos intermediários. Em bactérias, as proteínas FtsZ e MreB foram propostas como homólogas a tubulina e actina, respectivamente. Apesar disso, não existe evidência de doação proteínas de citoesqueleto de bactérias para eucariotos. Não foram identificados homólogos de outras proteínas, como a miosina, por exemplo. Portanto, ainda não existe uma teoria que explique completamente o surgimento do complexo sistema de citoesqueleto nos eucariotos, de modo que ainda há muito progresso a ser feito nessa área.

Ensaio 3 - por Nathália Caldeira

O citoesqueleto é uma estrutura dinâmica presente nas células eucarióticas. Suas funções são extremamente variadas, desde transporte de proteínas até regulação da morfologia celular. Recentemente, algumas proteínas homólogas homólogas a quê? foram encontradas em procariotos. O citoesqueleto eucarionte é composto por 3 proteínas principais: os filamentos de actina, microtúbulos e filamentos intermediários. Em bactérias, as proteínas FtsZ e MreB foram propostas como homólogas a tubulina e actina, respectivamente. Apesar disso, não existe evidência de doação de proteínas de citoesqueleto de bactérias para eucariotos. Não foram identificados homólogos de outras proteínas, como a miosina, por exemplo. Portanto, ainda não existe uma teoria que explique completamente o surgimento do complexo sistema de citoesqueleto nos eucariotos, de modo que ainda há muito progresso a ser feito nessa área.

Comentário: muito claro e bem escrito! Entendi o tema e consegui acompanhar o ritmo do texto, só tive problemas quando você falou em "doação de proteínas", porque parece que a bactéria vai pegar a proteína dela e entregar para o eucarioto, pronta para ser degradada pelas proteases na célula eucariótica. De forma geral, consegui aprender coisas novas com o seu texto e achei gostoso de ler, com orações breves e ideias claras.

Ensaio 4 (18.03.2016)

Dinoflagelados são protistas flagelados com núcleos curiosos. Uma das peculiaridades desses organismos é a ausência de histonas, proteínas responsáveis pela compactação o DNA. Além disso, possuem genomas muito grandes e são organismos haploides. Eles possuem também altas taxas de splicing alternativo em seus genes. Durante a mitose, diferentemente dos outros eucariotos, o núcleo dos dinoflagelados é mantido. O fuso mitótico é externo ao núcleo e não está associado aos microtúbulos. Por esses motivos, alguns pesquisadores consideram esses organismos como “Mesokarions”. Eles poderiam ser um grupo intermediário entre os Procariotos e os Eucariotos. O estudo dos dinoflagelados pode trazer respostas sobre o surgimento do núcleo nos eucariontes.

Correção da Prova: Introdução (08.04.2016)

Já parou para pensar em como somos obcecados por classificar as coisas? Há muito tempo pesquisadores tentam classificar a diversidade biológica. Originalmente, a construção de árvores era feita a partir de caracteres morfológicos. De modo grosseiro, morfologia é a forma que os organismos têm. Uma das primeiras construções foi a de Haeckel, em 1866 (Figura 1). Ela fazia uma divisão apenas em Protista, Plantae e Animalia. Os reinos Monera e Fungi estão dentro de Protista. Desde então, pesquisadores fizeram várias outras tentativas de reconstrução histórica. Em 1969, Whittaker propôs a classificação biológica em 5 Reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Contudo, os métodos usados foram apenas classificatórios, baseados nos principais modos de nutrição (fotossintético, absortivo e ingestivo) (Figura 2). Eles não contam a história evolutiva. Mesmo assim, essa classificação ainda é muito discutida em escolas. Na edição de 2016 do Manual do Candidato da FUVEST, um dos maiores vestibulares do país, ainda encontramos a classificação em 5 Reinos como um dos tópicos exigidos na prova. Um dos grandes desafios dos cientistas é passar o conhecimento atual para o público leigo. Uma nova classificação surgiu em 2000. Nesse ano, um artigo reorganizou toda a diversidade biológica em uma nova reconstrução histórica (Baldauf, 2000). É proposta a existência de novos reinos, ou super-grupos: Fungi, Microsporidia, Metazoa, Mycetozoa, Viridiplantae, Heterokonta, Ciliophora, Apicomplexa, Euglenozoa, Heterolobosea, Diplomnadida e Parabasaia. Isso só foi possível por causa do surgimento de novas tecnologias, como o sequenciamento de DNA.

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Figura 1: Classificação de Haeckel, 1866.

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Figura 2: Classificação de Whittaker, 1969 (New Concepts of Kingdoms of Organisms, Science).

Referências
BALDAUF, Sandra L. et al. A kingdom-level phylogeny of eukaryotes based on combined protein data. Science, v. 290, n. 5493, p. 972-977, 2000.

Comentários por Mila Pamplona
Achei muito boa a estrutura do seu texto. A relação de verbos e pontos finais está boa. Eu só faria duas sugestões:
1) Indicar mais claramente o público alvo, porque sabendo o público alvo, ficaria mais claro saber com que olhos eu deveria (ou qualquer pessoa) analisar o seu texto.
2) Achei que talvez a frase: Um dos grandes desafios dos cientistas é passar o conhecimento atual para o público leigo. tenha ficado um pouco deslocada, pois logo depois que você fala isso, você fala de uma classificação mais moderna. Talvez fosse mais interessante ter a comparação/relação entre as classificações de forma mais direta. A dificuldade dos cientistas talvez devesse entrar mais no início do parágrafo, quando você questiona o leitor sobre como é feita a classificação dos organismos.
Acho que é só isso!
ps: confesso que acho que você arrasou, quero escrever mais assim quando crescer.

Ensaio 6 (15.04.2016)

Público-alvo: divulgação científica (a partir de 10 anos)
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Você já parou para agradecer suas mitocôndrias hoje? Mitocôndrias são organelas presentes na maioria das células eucarióticas, ou seja, são pequenos pacotinhos existentes nas nossas células, dos fungos e até das amebas! São popularmente conhecidas como as “usinas de energia” das células, mas as elas exercem muitas outras funções. Além de produzirem ATP, a moeda energética da célula, estão envolvidas em outros processos celulares, como apoptose (um tipo de morte celular), produção de intermediários do metabolismo e manutenção da viabilidade celular. Ou seja, mitocôndrias são responsáveis por manter nossas células tinindo, organizadas e cheias de energia! Elas também estão relacionadas a muitos processos fisiológicos, e falhas em seu funcionamento podem levar a vários problemas de saúde, desde cegueira até obesidade. Ainda bem que você não precisou saber disso tudo para que elas funcionassem! Mas e agora, vai lembrar de agradecer e dar valor a elas todos os dias?

Comentário: Achei incrível! Sério! Eu amaria ler esse texto com uns 13 anos (foi quando eu fiquei muito apaixonada pela biologia). Só acho que talvez tenham alguns termos difíceis, como "metabolismo", que poderiam ser explicados principalmente para que crianças de uns 10 anos conseguissem entender tudo. Gostei bastante do uso de perguntas pra dialogar com o leitor também!

Prova 2

Levantamento de Temas (13.05.2016)

- Quem veio primeiro, a mitocôndria ou o eucarioto?
- Evolução do Citoesqueleto (funções, homólogos em bactérias)
- Mitocôndrias e Citoesqueleto
- Endossimbiose de mitocôndrias
- Vírus gigantes de Amebas (sistema de defesa MIMI-vire, CRISPR-like)
- Epitélios: formação, origem e evolução. Propostas se tiverem poucos temas
- Eucariotos sem mitocôndrias

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